A implantação do Centro Educacional Unificado (CEU) no Parque Novo Mundo é uma ação estratégica voltada à redução da vulnerabilidade social e à requalificação urbana de uma região marcada por exclusão e degradação. O projeto faz parte do programa RenovaSP e se insere em um Perímetro de Ação Integrada. Localizado a cerca de 8 km do centro de São Paulo, o terreno está entre a Marginal Tietê e a Rodovia Presidente Dutra, em um ponto estratégico, mas isolado por grandes barreiras viárias. A futura linha 19-Celeste do Metrô tende a melhorar a mobilidade e ampliar o alcance do equipamento. A proximidade com polos como a ETEC do Esporte, o Parque do Piqueri e o estádio do Corinthians aumenta o potencial de integração metropolitana.

O bairro é formado por grandes glebas industriais e logísticas, ocupadas sobre o antigo leito do Rio Tietê. Essa ocupação e a confusão fundiária da área favoreceram o surgimento de favelas e a deterioração urbana. A predominância do zoneamento industrial dificulta a implantação de moradias, comércio e instituições, embora existam zonas especiais de interesse social (ZEIS) que podem viabilizar projetos habitacionais. O cenário é agravado por problemas de drenagem e pela escassez de áreas verdes — apenas 3% do total, muito abaixo do ideal.

O CEU abriga espaços educacionais, culturais, esportivos e de uso múltiplo, articulados de forma a incentivar o convívio e o uso comunitário. As áreas de ensino foram pensadas para serem mais protegidas do ruído e da poluição, enquanto as culturais e esportivas se abrem à cidade. A proposta pretende criar um marco urbano e social para o Parque Novo Mundo, estimulando a convivência, o lazer e o acesso à cultura. Mais do que um edifício, o CEU é pensado como um território articulador de espaços públicos e habitações, integrando-se às obras de infraestrutura e à rede de áreas livres e ciclovias previstas para a região. Sua implantação tem o potencial de reverter o quadro de exclusão social e urbana, melhorar a qualidade ambiental e oferecer novas oportunidades à população jovem e carente do bairro.

A disposição das edificações no lote fornecido visa à criação de espaços livres  internos e externos ao equipamento, de modo a permitir atividades de caráter cultural,  esportivo e socioeducativos que atraiam a comunidade para seu usufruto.